Resenha "O Livro de Ísis" por Oto Sales
O Livro de Ísis da autora Adriana Rá relata a trajetória da jovem Ísis em um busca de autoconhecimento motivada por uma existência assombrada por angústia e dúvidas.
Ciente de sua singularidade a personagem trafega por locais típicos neste tipo de busca como o xamanismo, a ufologia e o espiritualismo, mas suas experiências físicas e espirituais conflitam-se em um processo caótico atrás de respostas nem sempre claras ou reveladoras.
No ápice de um caminho tão dilacerador enfrenta ainda a incompreensão dos que estão a sua volta. Quando se tem a sanidade questionada por todos que conhece ao quê deve-se apegar?
Os conflitos, as dúvidas, encontros e desencontros, os erros e acertos da personagem serão descritos durante o livro. Diretamente da perspectiva da personagem veremos sua visão em relação aos fatos que não necessariamente resultaram no alcance do objetivo desejado.
Auto-referente sem ser autobiográfico, como nos livros de Paulo Coelho, o Livro de Ísis é uma leitura atraente que certamente agradará ao mesmo tipo de público: Pessoas de todas as idades interessadas nas grandes questões existenciais e nas consequências psicológicas e espirituais que a busca por tais respostas podem impactar em suas vidas.
Opinião do escritor
Opinião do escritor
Vamos lá. Durante a leitura fui passando por momentos que despertaram meu interesse e outros menos, mas o fio condutor da trajetória da personagem se manteve, não cheguei a pensar em desistir do livro.
O autor escreve sobre o que se identifica. Então, natural você ter se voltado aos próprios dramas espirituais e psicológicos e referenciar na personagem. Até porque as reações são mais vívidas e outros com os mesmos danos vão se identificar. O que é um nicho seguro de leitores. Eu mesmo vi pontos em comum com minhas próprias experiências. Embora as experiências sejam sempre mais aterradoras do que podemos descrever.. eu sei. Interessante a referência a vida passada no início, embora seja um gancho, para mim, lugar comum demais! E não vi um desenvolvimento adequado do mesmo no resto do livro.
“Xamã”, “Excursão”, “Ritual” não me agradaram, eu forcei para continuar. Para mim, foram “ forçadas”, rápidas demais e muito próximas as experiências de xamanismo, ufologia e espiritualismo. Mas é meu gosto como leitor propriamente. Prefiro um desenvolvimento mais cadenciado. “Intervenção” foi uma virada que eu não esperava, portanto, gostei. Aí entram os coadjuvantes e a história ficou mais interessante pelas interações especialmente com Jasmim.
A partir de então, eu passei a gostar mais do ritmo que para mim ficou mais “cadenciado” e equilibrado. As dúvidas sobre o real e espiritual, interação e desenvolvimento dos coadjuvantes. Gostei da relação de “amor desesperado” de Jasmim porque a torna um personagem que está certa apesar de errada. Isso a tornou interessante. No mais, tudo correu bem. Gostei da fuga, mas gostei ainda mais do resgate de Jasmim. E o final foi dramático o que foi bom e inesperado.
Erros de grafia são poucos, coisa de revisão. Mas, você devia atentar mais para as regras da vírgula. Se um texto fica com muitas orações mantidas por excesso de vírgula, não necessariamente bem utilizada, fica pesado e deselegante.
Da qualidade de vocabulário ok. Você está usando uma linguagem popular e simples, bom, Paulo Coelho usa essa linguagem e atinge milhões. De fato, o livro me deu muitos ecos dele, não no sentido de cópia, mas de mesma visão e foco, seu texto é referencial e não autobiográfico, mas ambos dão poucas descrições de locais se prendendo aos achismos do personagem narrador, poucos coadjuvantes que são descritos pelos atos e pelo pouco que o personagem central resolve meditar sobre eles. O canal, enfim, é o personagem central que, nos dois casos, vive uma experiência de autoconhecimento com os elementos básicos dessa proposta.
Mas, no resumo da ópera, você fez um bom livro. É um livro “Paulo Coelho”, sem demérito. Ele é somente o autor mais lido do país!
Parabéns!
“E lembrem-se: quem lê um livro comunga com a alma dele e desta comunhão renova a sua própria!”
(Oto Sales é autor da coletânea de poesias “A Bruxa velha e o armário”, colaborador do blog “A PANACÉIA ESSENCIAL” (https://apanaceiaessencial.blogspot.com/), e também escreve artigos de crítica literária, entre outros, em jornais, revistas e fanzines).
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Eu, Adriana Rá, agradeço muito pela resenha e opinião sincera de Oto Sales! Os pontos positivos me motivam a escrever e os negativos a aprimorar a escrita. O Livro de Ísis entrará em nova revisão em breve, assim que o Livro da Jasmim estiver finalizado, e com certeza os pontos fracos aqui citados serão melhorados. Grata!
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Eu, Adriana Rá, agradeço muito pela resenha e opinião sincera de Oto Sales! Os pontos positivos me motivam a escrever e os negativos a aprimorar a escrita. O Livro de Ísis entrará em nova revisão em breve, assim que o Livro da Jasmim estiver finalizado, e com certeza os pontos fracos aqui citados serão melhorados. Grata!
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